Como a fábrica da De Heus na Uganda pode apoiar a piscicultura local e ajudar a alimentar a nação?

27 maio 2024
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4 minutos

Em junho de 2023, a De Heus iniciou a construção de sua primeira fábrica dedicada à produção de ração para aquicultura na Uganda. Localizada em Njeru, perto de Jinja, na margem Norte do Lago Vitória, a fábrica deve começar a operar no início do próximo ano. Quando a instalação atingir sua plena capacidade, ela produzirá cerca de 50.000 toneladas de ração para peixes por ano, ajudando a sustentar a indústria de aquicultura, que está em rápido desenvolvimento. Além disso, contribuirá para melhorar a dieta e a segurança alimentar da crescente população do país, impulsionando a cadeia produtiva local.

Condições perfeitas para a aquicultura

"A Uganda tem o clima ideal para a piscicultura", diz Bon Tjeenk Willink, Gerente Geral da De Heus Uganda. "As temperaturas são perfeitas, então você pode criar peixes o ano todo. Além disso, a população do país está crescendo rapidamente e, com ela, a demanda por proteína. A carne de peixe é uma parte importante da dieta dos ugandenses", continua Bon. "O consumo per capita é de cerca de 10 kg por ano, muito além de países vizinhos, como a Tanzânia, Ruanda e Quênia. Ao mesmo tempo, a pesca selvagem está diminuindo devido à exploração excessiva do lago Vitória, aumentando a demanda por peixes cultivados. Considerando todos esses fatores, há um enorme potencial na Uganda", conclui Bon.

 

Fornecendo um suprimento confiável de ração para a aquicultura

Atualmente, a ração para aquicultura é importada para a Uganda de países, como Zâmbia, Brasil, Egito e Vietnã. Isso torna o negócio menos atrativo para novos e existentes produtores, resultando em menos fazendas de criação de peixes. "Acreditamos que, uma vez que a De Heus tenha uma fábrica local fornecendo uma oferta confiável de ração de alta qualidade, pontual e a um preço acessível, o mercado de aquicultura na Uganda terá um enorme impulso", diz Bon.

Gerando um impacto positivo

Com o setor de aquicultura em crescimento, isto ajudará a impulsionar toda uma indústria na África Oriental. "Atrairemos infraestrutura e negócios, como criadouros e empresas de genética que não existiam aqui antes", diz Bon. "Para mim, pessoalmente, adoro o fato de que estamos gerando impacto e traremos enormes benefícios para a Uganda. Um dos principais benefícios é a produção de proteína saudável para uma população que necessita urgentemente disso. A Uganda produz uma grande quantidade de produtos agrícolas, mas, ao mesmo tempo, há uma escassez de proteína que leva à desnutrição", explica Bon.

Ao fomentar a aquicultura, contribuiremos para a redução da fome por meio da produção de proteína sustentável e acessível. É isso o que a De Heus se preocupa em gerar como impacto positivo nos países em que atua.

Bon Tjeenk Willink

General Manager, De Heus Uganda

Desafios de construção

Todos esses benefícios virão quando a nova fábrica estiver concluída, mas construir uma instalação de última geração na África nem sempre é fácil. "Jinja é um lugar singularmente bonito. Há um rio com margens altas e vistas maravilhosas, mas também é montanhoso, então passamos quase um ano nivelando o terreno para poder começar a construção", conta Bon. "Além disso, há muita chuva, o que torna o solo muito fértil, mas atrapalha a construção."

Apoiando a agricultura local

Apesar dos desafios na construção da nova fábrica, a terra fértil é uma vantagem para a De Heus, já que a De Heus Uganda também comprará matérias-primas, como soja, milho e mandioca de agricultores ugandenses, apoiando a economia agrícola local. "Queremos comprar diretamente dos agricultores locais o máximo possível", diz Bon. "Precisamos de boas matérias-primas, então trabalharemos com os agricultores para que melhorem sua produção, a qualidade e consistência de seus produtos e aumentem seus rendimentos. Para isso, a De Heus oferecerá treinamentos e palestras, não apenas para melhorar as habilidades dos agricultores, mas também para atrair outros empreendedores a investirem neste negócio. "Considerando que cerca de 80% da população trabalha na agricultura, podemos ter um grande impacto", conclui Bon.

Expansão regional

"Não é apenas a Uganda que espera por uma fonte confiável de ração de alta qualidade destinada à aquicultura, países vizinhos também precisam disso. Queremos definitivamente atender os aquicultores do Quênia, Tanzânia e Ruanda também", diz Bon. "A cadeia de valor da aquicultura nestes países espera por uma ração confiável e acessível. Exportar da Uganda será bom para o país e ótimo para os países vizinhos, pois eles também querem desenvolver este negócio."

Ambições de emissão zero

Outra ambição de Bon é tornar a fábrica neutra em termos de emissões. "Realmente acho que é possível", ele diz. "Já estamos construindo uma caldeira de biomassa que usa cavacos de madeira, por exemplo, e isso é um subproduto. A Uganda também está no Equador, então há um enorme potencial para gerar energia para a fábrica usando painéis solares. Uma fábrica com emissão zero também será atraente para os clientes. Nossos clientes são grandes piscicultores, frequentemente financiados por investidores de impacto que realmente se importam com as mudanças climáticas, assim como nós."

Plataforma de crescimento local

Ao construir fábricas na África, a De Heus está criando uma grande plataforma de crescimento para o desenvolvimento agrícola, pecuário, comercial e para a comunidade em geral, acredita Bon. "Os primeiros passos em um novo país são sempre difíceis, mas uma vez que se ganha uma posição, as oportunidades para todos os envolvidos são infinitas."