Você está de olho na composição das rações para tilápias que hoje encontramos no mercado?

02 dezembro 2022
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5 minutos

A variação dos níveis de vitaminas e minerais e o controle de qualidade em relação ao processo de fabricação das rações são essenciais para garantir uma nutrição eficiente e evitar possíveis perdas econômicas na Aquicultura

O número de fábricas de rações, e a diversidade na qualidade das rações comerciais para peixes está aumentando consideravelmente. O Brasil vem crescendo significativamente na aquicultura, ocupando a posição de quarto maior produtor de tilápias do mundo e com quase um milhão e meio de toneladas de ração produzidas e destinadas ao setor aquícola em 2021, de acordo com o Sindirações. A crescente participação no mercado de exportações, vem nos tornando mais competitivos internacionalmente. “Em meio a um cenário de expressiva expansão, o crescimento ineficiente, o aumento da incidência de doenças nos animais e a preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente, são os principais desafios enfrentados pelos piscicultores. Um fator crucial para a viabilidade econômica da produção é o fornecimento de um alimento corretamente balanceado e seguro, hoje dificultado devido à oscilação na qualidade e composição de matérias-primas utilizadas na produção de rações, assim como a correta formulação destes produtos. Muitos produtores de ração para peixes não possuem uma estrutura interna adequada para a realização de análises de seus produtos, sejam as mais simples para avaliação da qualidade das matérias-primas no momento de seu recebimento na fábrica, até mesmo as mais completas, como a análise do perfil de vitaminas e minerais de seu produto acabado, o que dificulta ainda mais a segurança na qualidade desses produtos que vão para o mercado”, explica a Supervisora Técnica e Comercial Aqua e Matéria-Prima da De Heus Brasil, Tatiane Vincunas.

 

 

A zootecnista liderou um estudo que analisou a composição proximal de minerais e vitaminas, sua digestibilidade em pepsina in vitro, além do índice de peróxidos de 15 rações de 5 marcas comumente utilizadas para tilápias (Oreochromis spp.) em fase de crescimento, comercializadas no Brasil entre 2017 e 2020 e defende que estar atento à real composição das rações é fundamental para que se possa reduzir estes desafios encontrados, contribuindo para uma aquicultura de maior precisão.

 

Uma ampla variação dos teores minerais e vitamínicos foi registrada entre as amostras avaliadas e, também, em comparação aos valores recomendados na literatura especializada, sendo que todas as dietas registraram quantidades excessivas de elementos, como Fe – que registrou até treze vezes a exigência recomendada, também Cu (até 43,35mg/kg) e Mn (até 114,28 mg/kg). A vitamina A (valor médio registrado 2.538.55 UI/kg) foi inferior à exigência recomendada em 13 das 15 rações comerciais amostradas. Os maiores valores de peróxido foram geralmente registrados em rações comerciais com baixa digestibilidade.

 

Minerais como o cobre, ferro e manganês, presentes em doses elevadas na ração e na água, assim como o desequilíbrio na relação cálcio e fósforo, precisam ser levados em consideração devido à toxicidade e interferência no desempenho do animal. Como por exemplo, manganês, que, prejuízo na absorção e metabolismo de cálcio e o comprometimento da resposta imune são fatores observados por excesso deste mineral tanto na dieta quanto na água. Importante para a preservação do meio ambiente, temos o fósforo, que sua excreção prejudica os efluentes da piscicultura e compromete a qualidade da água, causando altas taxas de eutrofização e produção de compostos tóxicos aos peixes.

 

No todo, o estudo realizado mostra que os teores de minerais e vitaminas de rações comercializadas para peixes disponíveis no mercado brasileiro ainda variam muito. Tais variações podem derivar da substituição cada vez maior de farinha de peixe por fontes como farinha de glúten de milho, farelo de soja e farinha de carne e ossos, além do mal processamento de rações e condições inadequadas de armazenamento.

 

“A formulação e suplementação das dietas, é fator crucial para evitar transtornos como a superdosagem destes nutrientes nas rações comercializadas, o que reforça a necessidade de melhoria do controle de qualidade do processo de fabricação, análise de nutrientes e ensaios biológicos dos produtos acabados, pois o excesso de certos elementos metálicos nos tecidos dos animais pode trazer potenciais impactos à saúde animal, à saúde humana e ao meio ambiente”, explica Vincunas.

 

O trabalho contou com a participação e orientação dos professores José Eurico Possebon Cyrino e Angélica Priscila do Carmo Alves, ambos da Universidade de São Paulo (USP/ESALQ), além da doutora em processamento de rações extrusadas, Mayara Aline Baller (UNESP - Jaboticabal) – profissionais com amplo conhecimento e capacitação na área de estudo.

 

Neste cenário, estabelecer estratégias de manejo para a melhor performance de produção dos animais com foco, em especial, a qualidade da água, instalações e ambiência, é fundamental para assegurar não só a produtividade do sistema como também a saúde animal.

 

Através do programa Natural Power desenvolvido pela De Heus, é possível ajudar o produtor a alcançar o máximo potencial produtivo, bem como garantir o controle de doenças por meio da nutrição, manejo, sanidade e biosseguridade, com o uso dos recursos apropriados, garantindo o desempenho natural da espécie e auxiliar na preservação do meio ambiente.

 

A De Heus está pronta para atender às exigências do mercado, trazendo inovação e progresso para a aquicultura: um setor em grande expansão e para o qual são direcionados continuamente importantes esforços em pesquisa e desenvolvimento pela companhia globalmente, com sustentabilidade, qualidade e segurança.