A engorda de suínos e a busca pelo animal de alto valor

24 maio 2022
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3 minutos

A fase de engorda em suínos acontece logo após sua saída da creche - geralmente entre o 63º e 70º dia de vida, com peso médio de 25 a 30 kg e vai até o 100º dia quando o animal chega à metade do peso esperado ao abate, ou seja, entre 50 e 65 kg (Heck, 2009).

Nesta fase, o suíno apresenta rápida taxa de crescimento (dobram seu peso em 30 dias), além de uma maior deposição de carne magra. Porém, para que os suínos tenham um adequado ganho de peso diário e baixa conversão alimentar, devemos nos atentar a um conjunto de medidas que envolvem uma nutrição adequada, sanidade, manejo e ambiência de qualidade, além de observar características provenientes de sua genética (Deen, 2004).

Os cuidados nesta fase se iniciam já na chegada dos leitões descrechados às novas instalações. Os barracões devem ser higienizados através de um programa de limpeza e desinfecção corretamente elaborado para a realidade da granja a fim de diminuir a carga patogênica do local. O vazio sanitário de pelo menos cinco dias é imprescindível. Os animais deverão ser alocados de acordo com seu escore corporal mantendo o lote mais homogêneo possível. Dentre alguns cuidados a serem tomados, devemos evitar o remanejo excessivo dos animais, pois cada mudança gera novas disputas hierárquicas.

Nas instalações, os suínos devem ter à sua disposição quantidade suficiente de bebedouros, com água limpa e tratada. Uma vazão mínima de 0,25 l/minuto é aconselhável para recria e a taxa de 1,0 l/minuto parece ser mais do que adequada (Brumm, 1991). Os comedouros devem ter disponibilidade de espaço de acordo com a quantidade de animais por baia, caso contrário seu desenvolvimento poderá ser afetado.

A temperatura ideal para o período é entre 16ºC e 21ºC, uma vez que os animais já conseguem controlar sua temperatura corporal e possuem incremento calórico, que é a alta geração de calor proveniente da metabolização dos nutrientes. As altas temperaturas podem ser controladas através da utilização de ventiladores e manejo adequado de cortinas (Embrapa, 2003).

O período de crescimento representa uma boa parte dos custos de nutrição dos suínos, visto que, é o estágio que se dá o crescimento de tecido magro do animal. O consumo de ração neste período pode ser menor que sua exigência nutricional e, com isso, é necessário que as rações de crescimento para suínos tenham um bom aporte energético e proteico, com balanceamento adequado a fim de garantir um ótimo crescimento muscular.

A base da dieta brasileira para suínos é composta por milho e farelo de soja, porém com o alto custo das matérias primas pode-se fazer uma substituição dos ingredientes como, por exemplo, trigo e/ou sorgo. O uso de aditivos tem sido cada vez mais empregado na fase de engorda, pois, dentre outros fatores, eles podem fortalecer o sistema imunológico, melhoria da saúde intestinal e com isso aumentar o desempenho dos suínos.

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Oferecer uma nutrição adequada aos suínos refletirá em uma maior deposição de tecido magro e menor deposição de gordura, gerando um negócio mais rentável ao produtor. Por isso, a necessidade da devida atenção à sua alimentação. Normalmente, os suínos preferem alimentos que possam ser consumidos rapidamente, como os úmidos ou líquidos, mas podem ser disponibilizadas diversas formas físicas de rações, variando de peletizadas, trituradas e até fareladas. É recomendado que estes animais recebam ração à vontade nesta fase (Bellaver e Garcez, 2000).

Sobre o bem-estar dos animais - de acordo com a Instrução Normativa 113 – MAPA, durante a fase de crescimento, eles devem receber ciclos diários de luz contínuos, quantidades adequadas de alimentos e acesso permanente de água de boa qualidade e fresca. Os animais deverão ser atendidos num limite máximo de 100 kg/m². Animais doentes e feridos devem receber tratamento adequado e rápido por profissionais capacitados, além de procedimentos de eutanásia, quando determinado pelo veterinário responsável.

Garantir ótimas condições de criação no período de engorda dos suínos garantirá alto valor na terminação, gerando uma maior rentabilidade ao sistema de produção.

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Julie Dario

Pesquisadora - Suínos

Referência Bibliográfica

BELLAVER, C. & GARCEZ, D.C.P. (2000) Comedouros para suínos em crescimento e Terminação. Comunicado Técnico nº248, Embrapa Suínos e Aves, p. 1-7.

Brumm M., Mayrose V. 1991. Nipple drinkers for finishing pigs. Nebraska Swine Report . EC91-219: 21-22.

Deen, J. Variation in growing pig performance. In: Congresso Latino Americano de Suinocultura. II, 2004, Foz do Iguaçu: Anais. P.239-240

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Centro Nacional de Pesquisa em Suínos e Aves (CNPSA), 2003. Sistemas de Produção, 2. Versão Eletrônica Jan/2003. Disponível em:  Acessado dia 10 de janeiro de 2022.

Heck, Augusto Fatores que influenciam o desenvolvimento dos leitões na recria e terminação. Acta Scientiae Veterinariae. 2009, 37(1), s211-s218[fecha de Consulta 13 de Enero de 2022]. ISSN: 1678-0345. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=289060015024