Você já suplementou suas matrizes hoje?

24 setembro 2020
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2 minutos

Você imaginaria que iriamos nos deparar com tantas modificações na pecuária nos últimos 10 anos? Que a pecuária de corte agora é 4.0 e que mesmo com tanta evolução ainda existam sistemas produtivos extrativistas. Quanta contradição, não acha? Você, pecuarista ou técnico da área, já pensou que a eficiência produtiva não está apenas na formulação de um bom plano nutricional de recria e de engorda e que o início da produção de um animal eficiente ocorre antes mesmo dele nascer?

Por Emanuel Oliveira, Nutricionista de Ruminantes I

Acompanhar a evolução da pecuária tem se tornado um grande desafio. Constantemente observamos diferentes informações que podem contribuir na melhoria da eficiência dos modelos produtivos. No entanto, algumas técnicas ainda são grandes paradigmas e a ciência nos auxilia a quebrar diversas barreiras.

Por décadas, a fase de cria foi negligenciada, as matrizes permaneciam em pastos ou áreas de pior qualidade da propriedade e nem sempre a suplementação era adequada às exigências de tal categoria (a situação aqui exemplificada ainda é recorrente, porém, evolução e melhoria têm se observado em diversas unidades produtivas).

Nesta situação, não é incomum encontrar rebanhos com baixa fertilidade e bezerros com capacidade produtiva limitada em função da nutrição, não só da nutrição vinda de sua boca, mas também da boca de quem o gerou. Isso mesmo, a nutrição da matriz durante a gestação comprovadamente influencia na eficiência produtiva do bezerro pós-nascimento.

Os estudos sobre a desenvolvimento fetal não é matéria tão recente, esta avaliação ocorreu inicialmente em humanos (Hipótese de Barker) em estudos que avaliaram a saúde dos filhos de mães que sofreram restrição alimentar durante a gestação em determinado período da Segunda Guerra Mundial.

Logo depois, utilizamos o mesmo raciocínio para avaliar a influência nos animais de produção. Para nós da produção animal conhecemos o insulto ou estímulo materno como programação fetal e esta teoria tem nos auxiliado muito no desenvolvimento de planos nutricionais para os rebanhos da fase de cria e principalmente derrubar a falácia de que não precisamos nos preocupar com a nutrição da matriz de corte e que apenas o terço final da gestação é o momento mais importante para o desenvolvimento do bezerro. Não é nada disso!!

Para uma pecuária eficiente e lucrativa a integração das fases do ciclo e o investimento na nutrição das vacas durante toda sua gestação serão pontos fundamentais para o sucesso.

O desenvolvimento fetal apresenta momentos distintos e muito importantes na formação da carcaça do “futuro animal”. Por exemplo, o primeiro terço da gestação apresentará a formação de todos os órgãos e uma fase inicial hiperplásica das fibras musculares, já na transição para o segundo terço e durante todo este período se observará ondas na hiperplasia de adipócitos e fibras musculares e finalmente no terço final temos o maior crescimento do feto.

De maneira simples, podemos observar que faltando nutriente em alguma fase, poderá ocorrer falhas no adequado desenvolvimento do bezerro, portanto, a suplementação das vacas auxilia de maneira importante para evitar futuros “problemas” e de eficiência.

Além de todas estas informações, a melhor nutrição das matrizes melhora sua condição corporal, que por sua vez é característica fundamental para a eficiência reprodutiva dos rebanhos de corte, ou seja, melhorar a nutrição das matrizes aumenta o número e a qualidade dos bezerros.

O que acha? Vamos suplementar as matrizes?

A De Heus está pronta para te auxiliar!